Sempre mantive um “pé atrás” em relação a esta assertiva. Sustentar a ideia de que “a fila anda” sempre me pareceu uma ação arrogante e ilusória. Acreditar que existe uma fila de pessoas querendo se relacionar com você, a meu ver, é pretensioso demais. Entretanto, cá estou para refletir sobre a afirmação sob outro ângulo.
A intenção da frase é, certamente, mostrar que o cenário atual pode ser mudado a qualquer momento. Ou seja, a fila anda num relacionamento em que não existe cuidado mútuo. E a possibilidade deste “andar da fila” deixa claro que insistir nem sempre é a opção mais inteligente.
Quem lê meus artigos há algum tempo, sabe que sou defensora declarada de quem tenta salvar um relacionamento, haja vista que são oportunidades preciosas que temos de superar limitações, amadurecer e conquistar um novo patamar na busca pelo que temos de melhor. Portanto, desistir na primeira dificuldade ou ficar “pulando de galho em galho” tentando encontrar o outro perfeito não me parece ações que combinam com amor, consciência ou felicidade.
Porém, continuar dando “murro em ponta de faca”, sentindo e vendo a pele sendo dilacerada e o próprio sangue sendo derramado sem que nada de realmente significativo mude, já me parece teimosia, daquelas adotadas por quem quer ocupar o lugar de vítima ou de “coitadinho”, só para mendigar atenção e encobrir um enorme medo de se entregar à vida e arcar com as consequências de suas escolhas.
Assim sendo, hoje venho defender a opção de deixar a fila andar. Ou melhor, de – se for preciso – fazer a fila andar! Sim, botar um ponto final nesta história que tem se mostrado um grande fiasco e um completo e desastroso desencontro, e começar a apostar numa nova possibilidade.
Você não precisa, necessariamente, viver em função de começar e terminar relacionamentos indefinidamente. Pode, e em muitos casos até deve, permitir-se um tempo só seu. Deixar-se “solteiro” e desfrutar as muitas e deliciosas experiências que este status lhe proporciona.
Agora, obviamente, se surgir alguém especial, com quem você se identifique sem ter de fazer força ou inventar predicados, por que não? Contudo, observe esse detalhe: que seja fluido, que seja leve, que seja natural! Pare de fazer tanta força simplesmente para provar a si mesmo ou a quem quer que seja que você é capaz de “ter alguém”. Chega de viver relacionamentos que mais servem para te angustiar e confundir do que para te fazer descobrir que existem caminhos mais profundos e pacíficos a serem percorridos!
Enfim, com consciência, noção de si, disponibilidade para fazer o seu melhor e apostando que o autoconhecimento é a maneira mais eficaz de atrair encontros criativos e construir relacionamentos transformadores, estou certa de que – antes do que você imagina – a fila estará exatamente onde deveria. Afinal, se você quer viver um grande amor, precisa saber o que isso significa e qual a sua parte neste processo! A mudança começa sempre em você!
Dra. Rosana Braga
Consultora
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