O impasse entre funcionários e empresas de transporte coletivo continua em Londrina. Na tarde de ontem o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo de Londrina (Metrolon), Gildalmo Mendonça, disse que a permanência dos cobradores nos ônibus é discutida há cinco anos. Ele afirmou que em algumas linhas poucas pessoas pagam em dinheiro por isso não há necessidade da presença dos cobradores. ''Atualmente 70% dos usuários do transporte coletivo utilizam o cartão transporte. Em Maringá já se trabalha com ônibus sem cobradores desde 2006. O próprio motorista faz a cobrança'', disse.
Ele garantiu que as empresas não irão demitir os profissionais, mas afirmou que este compromisso não será documentado. ''Temos a intenção de aproveitar todos os empregados. É a nossa palavra. O mercado está carente de motoristas mecânicos, eletricistas, borracheiros. Vamos oferecer cursos de capacitação para readequar os cobradores em outras funções'', afirmou.
Desde 2006 algumas linhas já trabalham sem cobradores após às 19 horas e aos domingos e feriados. Os micro-ônibus também não contam com um profissional exclusivo para fazer a cobrança. ''Hoje o cobrador é responsável apenas pelo troco, as outras funções são todas de responsabilidade dos motoristas'', disse. Ele afirmou que o objetivo é extinguir o cargo de cobrador futuramente. ''Nós gostaríamos de eliminar todos os cobradores, mas a nossa proposta é que isso seja feito paulatinamente. Não sabemos em quantos anos isso pode acontecer, não temos um cronograma'', completou.
Conforme Mendonça, uma das funções que os cobradores poderão exercer é a venda de cartões transporte nos pontos de ônibus mais movimentados. ''Estamos conversando com os funcionários e não há necessidade de fazer paralisação. A nossa proposta é não demitir ninguém. Não temos pressa, prazo e nem urgência de fazer esta modificação no sistema'', destacou.
A Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) é responsável por determinar as linhas que devem trabalhar sem o cobrador. De acordo com André Nadai, diretor-presidente da CMTU, estão sendo realizados estudos técnicos para chegar a estas definições. ''Temos como base o sistema de bilhetagem. Em 30 dias teremos uma posição de quais linhas podem ser operadas sem cobrador e então iniciaremos as alterações'', disse.
''As empresas não decidem sobre quais cobradores serão retirados. Quem decide isso é a CMTU'', enfatizou. Ele disse que a realização do estudo técnico e não de um acordo coletivo demonstra a preocupação da Companhia com os usuários. ''Não tem por que colocar em risco pedestre ou passageiro. A cobrança será feira com o ônibus parado'', garantiu.
Conforme Nadai, não existe acordo entre a CMTU e as empresas garantindo que os trabalhadores não serão demitidos. ''Sabemos que isso não ocorrerá por que eles precisam de funcionários'', disse. ''Da mesma maneira como as mudanças foram feitas em 2006, será feito agora em mais algumas linhas. É uma alteração tranquila para os usuários'', finalizou.
Michelle Aligleri
Reportagem Local
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