Com quase 7,4 mil casos de dengue confirmados este ano, Londrina corre o risco de enfrentar uma nova epidemia da doença. Após dar uma trégua durante o inverno, os casos de suspeita de contágio voltaram a aumentar na cidade. O número de pacientes com sintomas de dengue que procuram atendimento no Pronto Atendimento Médico (PAM) e no Pronto Atendimento Infantil (PAI) dobrou nas últimas semanas. A Secretaria Municipal de Saúde se mobiliza para enfrentar mais uma temporada de clima seco e quente, propício para a proliferação do mosquito Aedes aegypti.
Segundo dados da secretaria municipal de Saúde, o número de pessoas que procuraram o PAM com suspeita de dengue aumentou de seis para 15 nas últimas três semanas. No mesmo período, no PAI foi registrado um aumento de sete para 18 crianças com sintomas da doença. Na Unidade Básica de Saúde (UBS) do Jardim Marabá, que fica na Zona leste (a mais afetada pela doença), entre quatro e cinco pacientes procuram atendimento diariamente com sintomas característicos da doença.
De acordo com a gerente de Epidemiologia da secretaria, Sandra Caldeira, na semana passada foram notificados 36 casos de pacientes com suspeita em todas as unidades e hospitais de Londrina. Para o coordenador de Endemias da secretaria, Elson Belisário, o momento é de preocupação. ''Há risco de epidemia mais grave. As pessoas que contraíram dengue neste ano correm o risco de pegar outro tipo de vírus e desenvolver as formas mais graves da doença, que são a dengue com complicação ou Febre Hemorrágica da Dengue'', alertou.
Belisário afirmou que em Londrina está curculando apenas o vírus tipo 1, ''mas os tipos 2, 3 e 4 estão na região de Foz do Iguaçu (Oeste)''.
De acordo com o coordenador de endemias, o período considerado crítico para a doença começa na segunda semana de outubro. No dia 17 será realizado um novo Levantamento de Índice Rápido (Lira), que permite identificar a infestação do mosquito na cidade. ''Estamos mobilizando a comunidade porque podemos ter uma situação mais difícil no final do ano. Agora é a hora de fazer o controle.'' Uma das medidas adotadas para conter a infestação do Aedes aegypti é ampliar a visita dos agentes de saúde a imóveis do municípios também aos sábados.
A gerente municipal de Epidemiologia, Léia Pereira, afirmou que ainda é cedo para prever se também haverá ampliação do horário de atendimento das UBSs das regiões com maior índice de casos de dengue. ''Ainda estamos em fase de planejamento de ações para conter a proliferação do mosquito'', resumiu.
Conforme o último boletim divulgado pela prefeitura, no dia 26 de setembro, Londrina registrou desde o início deste ano 7.343 casos confirmados de dengue. No Paraná são 29 mil casos.
Michelle Aligleri e Marcos Roman
Reportagem Local
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