sábado, 25 de junho de 2011

VEREADORES DEFENDEM SAÍDA DE NADAI E FÁBIO GOES

O líder do prefeito na Câmara Municipal, vereador Roberto Fu (PDT), defendeu abertamente a exoneração do presidente da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), André Nadai. No dia 22, Nadai foi indiciado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), por falsidade ideológica e confessou ter deixado de recolher o Imposto sobre Transferência de Bens Imóveis (ITBI) quando comprou o apartamento em que reside e declarou apenas metade do valor, deixando de recolher R$ 3,2 mil aos cofres municipais.

''Se eu fosse o prefeito, afastaria os dois'', disse Fu, referindo-se também ao secretário de Planejamento, Fábio Passos de Góes, que foi acusado pelo Ministério Público de ter intermediado a contratação do Instituto Atlântico juntamente com Barbosa Neto. ''Pode colocar isso com letra bem grande: eu estou envergonhado (pela presença dos dois na administração)'', acrescentou.

Fu, no entanto, foi mais condescendente com o prefeito. ''Não estou defendendo o prefeito na Câmara; estou defendendo os projetos, as ideias do Executivo'', diferenciou, lembrando que posicionou-se contrariamente ao projeto que proíbe empreendimentos que causem grandes impactos em uma grande área de Londrina.

O líder disse ter conversado ''seriamente'' com Barbosa sobre as denúncias feitas pelo Ministério Público. ''Ele quase jurou que não deve nada. Então, tenho que acreditar na palavra dele e esperar as investigações da Câmara e da Justiça.''

Eloir Valença (PT) disse que em sua avaliação está claro que houve corrupção na saúde, mas evitou ligar Barbosa. Quanto a Nadai, Valença disse que ele está ''criando problemas para o prefeito e há uma incongruência em mantê-lo no cargo''. ''O mesmo aconteceu com o secretário Marco Cito (Governo) que foi apontado como responsável pelos problemas apontados pela CEI da Guarda Municipal, mas foi isentado pelo prefeito.''

Sandra Graça (PP) também estranhou a postura complacente de Barbosa em relação a Góes e Nadai. ''Sonegar imposto é um péssimo exemplo'', pontuou. Para Rony Alves (PTB), os dois secretários deveriam ter sido exonerados, ''até para preservar a imagem do prefeito''. ''Eu falei isso ao Barbosa, mas os cargos são dele e ele deve ter confiança.''

O presidente da Câmara, Gerson Araújo (PSDB) disse que também ficou ''constrangido e escandalizado'' com a confissão de Nadai. ''Se eu fosse prefeito, tomaria alguma medida.'' Para Ivo de Bassi (PTN), a sonegação de imposto por um agente municipal em cargo de confiança é um escândalo. ''Mas é uma questão de consciência dele e do prefeito.''

Loriane Comeli
Reportagem Local

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