segunda-feira, 6 de junho de 2011

MINISTÉRIO PÚBLICO

O prefeito Barbosa Neto (PDT) e a mulher dele, Ana Laura Lino, estariam envolvidos no esquema de desvio de dinheiro da área da saúde investigado pela Operação Antissepsia. A confirmação foi feita pelo coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Londrina, promotor Cláudio Esteves, durante entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (6).

De acordo com o promotor, o prefeito e da primeira-dama estariam envolvidos nas irregularidades apontadas contra o instituto Atlântico. Entre os indícios, conforme Esteves, que apontam a participação de Barbosa está a ação do publicitário Ruy Nogueira contra o Atlântico (que seria fruto de um acordo) e a entrega de R$ 20 mil por Bruno Valverde, diretor do Atlântico, a um secretário importante da gestão municipal, que seria Fábio Góes (Planejamento). O destino do dinheiro seria a primeira-dama e o prefeito.

promotor afirmou que os fatos que envolveriam o prefeito teriam ocorrido entre novembro e dezembro do ano passado, antes da assinatura do contrato com as Oscips. Como Barbosa tem foro privilegiado, o inquérito da Operação Antissepsia envolvendo as denúncias contra o instituto Atlântico foi encaminhado para o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ).

Pelo entendimento do Gaeco, a decisão de não contratar a Santa Casa e a HUTec, que era a vontade de alguns secretários, casos do ex-secretário de Saúde Agajan Der Bedrossian e de Governo, Marco Cito, foi de alguém acima deles. Como a primeira-dama não tem cargo na administração municipal, essa decisão teria passado pelo prefeito Barbosa Neto. Foi da negativa de contratar Santa Casa e HUTec que apareceram Gálatas e Atlântico no processo de contratação das Oscips.

O advogado de Bruno Valverde, Vinícius Borba, confirmou ao JL que o cliente entregou R$ 20 mil para Góes. O dinheiro foi pedido em uma reunião, na qual participou a primeira-dama Ana Laura. Borba contou que o montante, a princípio, seria referente a um empréstimo, pelo qual Valverde recebeu como garantia um cheque de R$ 40 mil. Como o cheque não apresentava fundos, no momento do saque, Borba afirmou que o cliente dele procurou então a primeira-dama. “Neste encontro, ela teria dito que os R$ 20 mil ficariam como comissão pela assinatura do contrato”, disse.

Ao contrário de outros momentos, como da prisão do ex-procurador e do depoimento do ex-conselheiro Marcos Ratto, que denunciou a participação da primeira-dama no esquema; o prefeito Barbosa Neto desta vez preferiu o silêncio. O Núcleo de Comunicação informou que Barbosa não irá se manifestar. O secretário de Planejamento, Fábio Góes, está em férias e não atendeu ao celular.

A reportagem ligou para o celular da primeira-dama, a ligação foi atendida por uma mulher, que disse não ser Ana Laura Lino. Ela disse que a mulher do prefeito não poderia atender ao telefonema e pediu para ligar depois. Ao retornar a ligação, o aparelho estava desligado.

15 denunciados

Durante a entrevista coletiva, o MP comunicou a denúncia criminal de 15 pessoas, todas ligadas ao instituto Gálatas: Sílvio Luz, Gláucia Chiararia, diretores; o ex-procurador Geral do Município Fidelis Canguçu, Bruno Valverde, Joel Tadeu, Marcos Ratto, Juan Monastério, Flavio Martins, Antonio Carlos Martins, Alessandro Martins, Gilberto Alves, Marcos Aurélio de Araujo, Alexandre Assunção, Gustavo Politi e Claudecir Lambert.

Segundo o Gaeco, durante as investigações o desvio de recursos foi de pelo menos R$ 318 mil. Como o promotor afirmou que há outros fatos a serem investigados o valor pode aumentar. Com relação ao pagamento de propinas, o Gaeco conseguiu identificar o pagamento de R$ 69,5 mil: seriam R$ 50 mil para Fidélis Canguçu, R$ 15 mil para o conselheiro de saúde Joel Tadeu e R$ 4.500 para o conselheiro de saúde Marcos Ratto.

Fonte: JL

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