quarta-feira, 29 de junho de 2011

FILHO MORTO TÁ VIVO

Londrina - Os familiares do desempregado André Pereira da Silva, de 20 anos, moradores de Cambé (Norte), tomaram um susto no fim de semana, quando o jovem dado como morto voltou para casa. O corpo de uma vítima de homicídio foi reconhecido pelo próprio pai como sendo de André. O enterro foi no sábado no Cemitério Municipal da cidade.

O jovem, que estava havia mais de 15 dias sem aparecer, voltou para casa no domingo. Um misto de estranhamento e alegria tomou conta dos familiares, que até o momento não acreditam no que aconteceu.

O pedreiro Luiz Guiomar da Silva foi o responsável pelo reconhecimento do corpo no Instituto Médico Legal (IML) de Londrina. ''Vi na televisão que um andarilho havia sido encontrado morto. Como o meu filho estava sumido, resolvi ir até o local e chegando lá reconheci o corpo. Meu irmão também viu o corpo e confirmou que era o André'', relatou.

Silva tomou todas as providências para o funeral do filho. ''Gastamos mais de R$ 3 mil com os serviços da funerária e pelo jazigo no cemitério'', contou. Apesar de o caixão ter ficado aberto durante o velório, ninguém percebeu o engano.

Um dia após o enterro, André apareceu em casa. ''Por incrível que pareça era o André. Quando o vi fiquei totalmente sem reação. Não conseguia acreditar no que estava acontecendo. Fiquei realmente assustado'', comentou o pai. Já a mãe Maria de Lourdes Pereira da Silva disse que sentiu um grande alívio quando viu o filho.

André também ficou surpreso com a reação dos familiares. ''Eu não estava entendendo nada. As pessoas diziam que tinham me enterrado um dia antes. Foi uma loucura'', disse. O episódio, garante, deve servir de lição. Ele prometeu aos pais que de agora em diante não vai mais passar tantos dias longe de casa.

O delegado Paulo Henrique Costa informou que foi aberto um inquérito para apurar a morte da pessoa que foi enterrada e que permanece sem identificação. ''Precisamos justificar o engano no laudo de necropsia (documento que caracteriza o homicídio)'', explicou.

A família vai ter que correr atrás da papelada para regularizar a situação de André. ''Trabalho na área há mais de 30 anos e nunca tinha acontecido nada assim'', declarou o diretor do IML Ademar Consalter.


Paula Costa Bonini
Reportagem Local

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