sábado, 30 de junho de 2012

MARQUETEIRO

Com o fim das convenções partidárias e a definição dos candidatos e chapas que estarão disputando as prefeituras de todo o País, a campanha municipal começa pra valer, na próxima sexta-feira (6). O sobe e desce dos candidatos nas pesquisas de intenção de voto será determinado, na avaliação de especialistas, pelo trabalho de quem está nos bastidores: o marqueteiro.

Um profissional fundamental em qualquer campanha política, responsável não apenas pela elaboração e planejamento das peças publicitárias, mas também pela apresentação da imagem do político ao eleitorado. E o ápice desse trabalho se dará com a veiculação do horário eleitoral gratuito, que vai ao ar neste pleito a partir do dia 21 de agosto.

O início do horário eleitoral gratuito será mesmo um divisor de águas nas acirradas campanhas deste ano, sobretudo na disputa pela maior prefeitura do País, a de São Paulo, considerada também uma das mais importantes vitrines eleitorais, avaliam executivos dos principais institutos de pesquisa do País. "A variável televisão é o início, é o marco de uma campanha. Tudo o que a gente viu até então (na pontuação dos candidatos nas pesquisas de intenção de voto) é recall", afirma a diretora de opinião do Ibope, Márcia Cavallari.

Na mesma linha, o publicitário com especialização em Psicologia João Miras, um dos principais estrategistas em comunicação de governos e campanhas eleitorais do Brasil, com mais de 25 anos de atuação em mais de 100 projetos no Brasil e outros países, destaca: "Sem dúvida, a TV é 90% de uma campanha numa megametrópole como São Paulo. Faz toda a diferença." Contudo, ele adverte: "Mas é preciso saber que a cada disputa o eleitor está mais exigente e é preciso evitar as fórmulas batidas e as dissimulações tão frequentes em campanhas hoje em dia."

Com sua larga experiência em centenas de campanhas, Miras atesta nas palestras que realiza: "Vence quem erra menos". Segundo ele, a experiência na condução do processo é fundamental para se diminuir a ocorrência de erros. "O que se deve evitar é o erro estratégico, este é fatal. Outro erro fatal são as chamadas candidaturas ''Frankenstein'', que não são nem de oposição nem de situação. Não dá pra esconder apoio de prefeito em exercício, nem invocar apoio de opositor, ainda que incidental."

Digitais

Além da TV, outras ferramentas, sobretudo as digitais, também são apontadas por João Miras como fundamentais na atual campanha. "A cada eleição aumenta a importância da WEB, com todas as suas variações de mídias no processo eleitoral no Brasil. Nos Estados Unidos é bem mais avançado. As redes sociais, portanto, vão tendo cada vez papel mais decisivo no ferramental de meios destinados a levar informação aos eleitores", destaca.

Para Miras, em política, mais importante que a criatividade é a capacidade de leitura do processo social, mas há certo cansaço nos formatos e conceitos criativos usados na elaboração das mensagens publicitárias em campanhas eleitorais. "Tudo está muito repetitivo e quadradão. Tenho procurado inovações no meu trabalho, apesar das restrições legais. A melhor maneira de utilizar as redes sociais a seu favor é torná-la verdadeiramente pessoal. Tweeters, facebooks, etc..., funcionam melhor quando integrados à vida do candidato. No entanto numa campanha isto é muito difícil."

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