sexta-feira, 8 de junho de 2012

RELACIONAMENTOS

Sentados na varanda e rodeados por fotos antigas, o casal Artur Boligian, 82 anos, e Floripes Lopes Boligian, 75, se emociona e se diverte ao reviver momentos especiais da vida em comum. São 58 anos de história. ''Aqui estamos na nossa festa de noivado, em 1954. Esta foto seria enviada aos nossos familiares, mas o meu sogro ficou 'doido' quando viu o meu braço no ombro dela e não deixou a gente mandar de lembrança para ninguém. Ele tinha receio do que as pessoas iam dizer'', recorda Artur, enquanto observa a foto em que tinha 24 anos e Floripes apenas 17.

Ele lembra que meses depois, mais uma vez, a sua demonstração de carinho foi mal interpretada pela família dela. ''Tínhamos acabado de nos casar no civil. Ao sair do cartório, coloquei o braço no ombro dela, que já era minha esposa, e o meu sogro não gostou'', conta Artur, destacando que sempre respeitou os limites impostos.

A realidade dos namoros nos dias de hoje é bem diferente. Namorando há menos de um ano, o engenheiro eletricista João Bento Neto, 23, e a estudante Thaís Helena Volpato Weigert, 22, já têm o hábito de dormir juntos, seja na república onde ele mora ou na casa dos pais dele em Alvorada do Sul, onde passam alguns finais de semana.

Eles se veem em média quatro vezes por semana. E, durante o dia, se comunicam por celular ou internet. ''Mantemos sempre o respeito e a responsabilidade. Talvez por isso temos a confiança dos nossos pais, que encaram a nossa relação numa boa'', afirma João Bento.

Alguns tabus que envolvem os relacionamentos, no entanto, ficaram para trás com o passar dos anos. Thaís, por exemplo, recebe orientações dos pais sobre sexo e métodos contraceptivos. Para o jovem casal, a liberdade das relações atuais permite que os dois se conheçam melhor. ''Com isso, surpresas desagradáveis e decepções podem ser evitadas antes do casamento'', defendem.

Artur e Floripes alertam, porém, que é preciso tomar cuidado para não deixar para trás o encanto e o romantismo. ''As coisas não podem ficar tão liberais para não perder a graça'', aconselham.
Redação FolhaWeb

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