A chegada de um novo sorotipo da dengue ao estado de São Paulo preocupa as autoridades de saúde do Paraná. O primeiro caso de dengue tipo 4 foi confirmado em São José do Rio Preto. Uma mulher de 31 anos contraiu o vírus e já está curada. “É um tipo de vírus que não circula aqui e, se vier sobre nossa população, que já está sensível aos demais, a probabilidade é de os casos graves aumentarem”, afirma o superintendente de Vigilância da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), Sezifredo Paz.
Várias cidades do Paraná já enfrentam epidemia de dengue e a chegada de um novo vírus pode agravar ainda mais a situação atual, que já é crítica. Paz informa que, desde o ano passado, apenas o vírus tipo 1 circula no estado. Segundo ele, para que o novo vírus recém-chegado ao estado vizinho entre no Paraná, basta que uma pessoa infectada venha para algum município daqui e seja picada por um Aedes aegypti. “Temos que continuar eliminando focos do mosquito”, reforça.
Ele orienta ainda para que as pessoas que venham de outros estados, onde já há circulação do vírus tipo 4 – São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, Piauí, Pará, Roraima e Amazonas -, e apresentarem sintomas, procurem imediatamente uma unidade de saúde. Ele explica que do ponto de vista clínico, não há diferenças entre os quatro tipos de vírus da dengue. “Os sintomas são os mesmos”, diz. Porém, quando uma pessoa já foi infectada por um dos vírus e contrai um novo sorotipo, a probabilidade do agravamento do caso é maior.
O superintendente de Vigilância diz uma série de ações é desenvolvida pela Sesa nos últimos meses para diminuir o impacto da epidemia de dengue nos municípios paranaenses. “Agora, entramos numa fase onde devemos estruturar o restante do trabalho durante o ano todo”, afirma. Segundo ele, no final deste mês, as estratégias de combate ao mosquito da dengue serão apresentadas durante uma reunião do comitê gestor. “Não podemos esperar o começo do próximo verão para agir”.
Sezifredo Paz afirma que a diminuição do número de insetos no inverno não pode fazer com que a população deixe de tomar as medidas preventivas contra a dengue. “[Moradores de] algumas regiões, como o Norte do estado, tendem a pensar que a doença está controlada. No ano passado, [o mosquito] se sustentou o ano inteiro e quando aumentou a temperatura, e não houve controle da proliferação, teve um aumento rápido no número de casos nas cidades”.
Londrina
A gerente de epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde de Londrina, Sandra Caldeira, diz que o trânsito de pessoas é intenso e confirma o risco de o vírus da dengue tipo 4 chegar a Londrina. A cidade já confirmou 3.518 casos da doença desde o início do ano e vive uma epidemia. Sandra afirma que a secretaria faz o monitoramento de todos os casos suspeitos provenientes de outros municípios. “Fazemos a coleta de sangue para análise e, se precisar, o isolamento do paciente”, afirma. No entanto, ela diz que a coleta precisa ser feita até cinco dias após o aparecimento dos primeiros sintomas. Até agora, segundo a gerente de epidemiologia, a cidade registrou apenas cinco casos de dengue importados. Sandra reforça que os cuidados em relação ao novo vírus são os mesmos. “Se não tem criadouro, não tem mosquito”.
Fonte: JL
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