terça-feira, 5 de abril de 2011

CRISE NA SAÚDE

A secretária de Saúde de Londrina, Ana Olympia Dornelles, poderá responder uma ação por crime de desobediência e improbidade administrativa. O motivo, segundo o promotor Paulo Tavares, é a demora em repassar ao Ministério Público (MP) as informações requeridas sobre as medidas para solucionar os problemas do setor.

Na segunda-feira (4), o diretor-executivo da Secretaria, Márcio Nishida, afirmou que a pasta havia respondido os questionamentos do MP. Contudo, nesta manhã de terça (5), o promotor afirmou que não recebeu nada e ainda ironizou a distância entre os prédios da prefeitura e do Ministério.

A distância entre a sala do promotor e o gabinete da secretária é de pouco mais de 300 metros. “Eles sempre falam que mandam, mas nunca chegou nada. E olha que estamos perto. Tudo é muito demorado, não pode ser mais assim”, disse.

Sem receber as informações que deveriam ter sido enviadas na sexta-feira (1º), o promotor reenviou o ofício para a Secretaria estipulando prazo até quarta-feira (6). Para o promotor, a situação está “chegando ao limite das ações extrajudiciais”. “Esta será uma semana decisiva: a única alternativa é a prefeitura melhorar a situação do atendimento”, afirmou.

No fim de semana quem procurou por atendimento no Pronto-Atendimento Municipal (PAM) sofreu com a demora e a falta de médicos. Dos quatro profissionais escalados para trabalhar, apenas dois compareçam ao plantão. Segundo o diretor-executivo, Márcio Nishida, a empresa Classmed, contratada para oferecer plantões, foi notificada para justificar o problema.

A secretária Ana Olympia se surpreendeu com a informação do posicionamento do Ministério Público. Ela afirmou que o documento foi encaminhado para o promotor e que a saída foi protocolada na prefeitura. “Esse documento saiu daqui, como ele não recebeu?”, disse.

Na tarde desta terça-feira (5), o diretor-executivo da Secretaria Municipal de Saúde, Márcio Nishida, disse que o documento teria chegado ao promotor no fim da tarde de segunda (4). Ele contou que falou por telefone com o promotor, que confirmou o recebimento. A reportagem não conseguiu localizar Paulo Tavares para confirmar a informação.


Reivindicações

Na tarde de segunda, o promotor Paulo Tavares recebeu lideranças dos bairros da região oeste de Londrina, onde está localizada da Unidade Básica do Jardim Leonor. Eles entregaram um abaixo-assinado com quase 9 mil assinaturas, pedindo melhorias no atendimento médico do posto de saúde. O promotor afirmou que discutirá com a comunidade as respostas da prefeitura. “Quero conversar com a população, se preciso vamos conferir a situação pessoalmente. O que não pode é a situação continuar como está.” Questionado se a administração municipal também poderia responder judicialmente por improbidade administrativa, Tavares disse que “não gostaria de adiantar nada”, não descartando uma ação.

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