terça-feira, 5 de julho de 2011

INDICATIVO DE GREVE

Com 110 votos favoráveis, nove contrários e uma abstenção, servidores municipais aprovaram no início da noite de ontem indicativo de greve sugerido pela direção do sindicato da categoria em Londrina, o Sindserv. Com o indicativo aprovado, o funcionalismo está em ''estado de greve'', disse o presidente do Sindserv, Marcelo Urbaneja. ''Isso significa que poderemos parar a qualquer momento, mas ainda não temos uma data definida.''

O sindicato manifestou-se contrariamente à apresentação de projetos de lei que tramitam na Câmara sem prévia discussão com os servidores. Efetivamente, disse Urbaneja, apenas um projeto foi discutido. Por isso, a intenção o indicativo é forçar o Executivo a retomar as negociações. Além disso, o Sindserv quer que os servidores possam frequentar as sessões da Câmara em que serão discutidos os cinco projetos. ''A maioria dos servidores não pode protestar nem acompanhar as votações dos projetos na Câmara porque as sessões acontecem no horário de serviço deles. Com esse indicativo de greve só queremos assegurar ao servidor o direito de protestar'', ressaltou.

Os projetos de lei mais polêmicos do pacote são o PL 227/11, que reajusta em 207% os salários dos 28 procuradores jurídicos e em 45% os vencimentos de 147 servidores que têm a chamada carreira de Estado, como auditores fiscais; e 226/11, que eleva em 70% salários de 335 profissionais de nível superior. Juntas, as propostas custariam R$ 1.159.839 por mês.

Segundo o presidente, a visão - dada ao Sindserv por alguns vereadores - de que os servidores estariam divididos quanto à tramitação das matérias na Casa é equivocada. ''Não é bem assim. Existem 500 servidores que apoiam alguns dos projetos e 8.500 que não aprovam. Isso não é divisão, é maioria''.

Urbaneja disse que a participação de apenas 120 servidores na assembleia é significativa porque não houve um trabalho de mobilização para a reunião. ''A mobilização ocorrerá na Câmara, durante as votações''. Ainda segundo ele, o resultado da votação demonstra a extratificação do funcionalismo. ''A minoria que será beneficiada pelos projetos votou contra o indicativo'', analisou.

Paula Barbosa Ocanha e Loriane Comeli
Reportagem Local

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