segunda-feira, 28 de maio de 2012

PESQUISA

Influenciada por notícias de corrupção por todos os lados, a população de Londrina entende que a principal função da Câmara de Vereadores é fiscalizar a Prefeitura e o chefe do Executivo. A conclusão está no levantamento do Instituto Paraná Pesquisas, realizado entre os dias 12 e 15 de maio, com 402 pessoas, quando 58,21% apontaram a vigilância e a fiscalização como tarefas primordiais dos vereadores. O resultado é diferente do revelado em pesquisa semelhante realizada em Curitiba, onde apenas 27% acham que fiscalizar é função importante do Legislativo. Na capital, 59% dos perguntados indicaram que a principal tarefa dos vereadores é levar recursos para o bairro que representam.

Para os londrinenses, levar recursos para o bairro também é algo relevante, mas secundário – ficando com 47,26% das respostas. Apenas 13,93% declararam que cabe aos parlamentares locais o trabalho de elaborar leis. Funções assistencialistas – doar cadeiras de rodas, óculos e viabilizar exames médicos – não foram esquecidas: 24,13% das respostas indicaram tal alternativa como trabalho de vereador. O índice é semelhante ao que disseram os curitibanos – com 29%. Só 13,93% dos entrevistados apontaram que o papel da Câmara de Vereadores é, efetivamente, elaborar leis. Uma parte importante também vê a Câmara como um elo para fazer chegar demandas à Prefeitura - 44% indicaram como tarefa dos os vereadores o fato deles servirem como porta-vozes.

“Em Londrina, a avalanche política coloca no alvo a Prefeitura. Aqui em Curitiba é a Câmara quem atrai mais as atenções”, diz Murilo Hidalgo de Oliveira, diretor do Instituto Paraná Pesquisas, apontando a diferença entre as denúncias contra João Cláudio Derosso, ex-presidente da Câmara de Curitiba, e a investigação que implica os principais assessores do prefeito Barbosa Neto em Londrina. “A crise bateu mais na Prefeitura”, define. “E a cobrança é para que a Câmara tome providências e investigue.”

Embora, 54,48% afirmem conhecer a função real de um vereador, quase metade dos entrevistados - 45,5% - não conseguiu dizer o mesmo. Professor de Filosofia e Ética da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Elvi Censi afirma que os resultados devem servir de reflexão para a Câmara de Vereadores de Londrina, sobretudo porque 48,5% das pessoas abordadas na pesquisa não souberam citar o nome de nenhum dos 19 vereadores de Londrina: “É um desafio que se impõe para o poder Legislativo: informar a população sobre suas tarefas”. Censi atesta, entretanto, que informar o eleitor sobre a função real dos vereadores – fazer leis e fiscalizar – é “um caminho pantonoso”: “Eles teriam que apontar a ilicitude das práticas eleitoreiras que desde sempre dominaram o Legislativo, inclusive em Londrina, e passar a fazer que é correto”.
Fonte: JL

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