sábado, 22 de janeiro de 2011

DENGUE UM PROBLEMA SÉRIO

Falta estrutura para combate à dengue

De acordo com a Sesa, há poucos agentes de endemia e só 25 cidades do Estado fazem levantamento rápido de infestação


Curitiba - A Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa) lançou ontem plano emergencial de controle da dengue para tentar conter o avanço da doença. Nas duas primeiras semanas de 2011, foram notificados 925 casos suspeitos da doença no Estado. Foram confirmadas sete ocorrências, todas na Regional de Saúde de Londrina.

Em 2010, foram 33.456 casos confirmados em todo o Paraná, entre autóctones e importados. As regiões em que mais ocorreram casos de dengue foram as de Foz do Iguaçu (11.075 ocorrências), Maringá (9.231) e Londrina (3.448). Em 15 situações, os pacientes foram a óbito.

Segundo o superintendente de Vigilância em Saúde da Sesa, Sezifredo Paz, muitos municípios possuem falta de estrutura para o combate, tanto no número de pessoas que trabalham na prevenção e inspeção das casas como nos equipamentos para combater a proliferação do mosquito.

Pelos próximos 90 dias serão realizadas estratégias de controle da doença no Paraná. Serão priorizados 56 municípios com alta incidência de casos, localizados no Norte, Noroeste e Oeste do Estado.

O plano inclui a capacitação de profissionais para triagem e classificação de risco, além de notificação e pronto-atendimento dos casos e tratamento. Segundo o superintendente, Londrina tem um deficit no número de agentes de endemia. No final de 2010 eram 60 agentes e mais recentemente foram contratados 80, totalizando 140 pessoas. Técnicos da secretaria estadual apontam que o ideal seriam 288 profissionais. Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura de Londrina, atualmente existem 153 agentes. Em breve, o número deve atingir 250 profissionais, que serão chamados em algumas semanas por meio de concurso já realizado.

O plano também prevê a inspeção de 100% dos imóveis no entorno das residências dos pacientes infectados. Atualmente, apenas 25 municípios fazem o levantamento de infestação rápido de Aedes aegipyti. Pelos próximos dois meses a Sesa pretende aumentar esse número para 65. A secretaria vai editar uma portaria de norma técnica de prevenção, tornando obrigatória a elaboração de um plano de gerenciamento para cada município, sob risco de multa.

As cidades também deverão possuir um canal, via telefone, para receber solicitações, denúncias e reclamações da população. Segundo a Sesa, 30% dos municípios possuem plano de contingência da doença. Todos os municípios infestados deverão elaborar planos de trabalho. (Colaborou Fábio Galão)


Diogo Cavazotti
Equipe da Folha

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