Os moradores da Rua Joel Braz de Oliveira, no Jardim Guararapes (zona leste de Londrina), não sabem mais a quem recorrer para tentar resolver a situação das casas, que apresentam rachaduras. Segundo eles, o problema surgiu há cerca de dois anos, quando o ônibus que faz a linha 107 começou a passar na rua. Um pedido para que a linha fosse desviada teria sido protocolado na Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização de Londrina (CMTU). Eles também pedem que seja feita o recape do asfalto.
A dona de casa Alessandra Fernandes Freires conta que se mudou em outubro do ano passado e a casa já apresentou várias rachaduras. "Mandamos arrumar, mas já está aparecendo tudo novamente", fala, mostrando os vários remendos na parede.
Moradora do bairro há 20 anos, a também dona de casa Alzina Maria Ramos diz que o marido está sempre consertando a casa. "Mas o problema volta a aparecer. Acho que isso acontece porque o asfalto está todo esburacado também. Quando o ônibus passa é possível sentir a casa tremer", reclama. O fato foi constatado pela reportagem.
A bancária Maria Cristina Storti, que mora no mesmo local há 20 anos, conta que não houve nenhum problema quando sua casa foi construída. "Ninguém falou sobre minas de água, pedra, ou qualquer outra coisa quando foram feitas as fundações da minha residência. E como fomos nós que construímos, sei que foi tudo bem feito. Mesmo assim as rachaduras estão aparecendo. Na minha casa sentimos até as janelas tremerem quando passa o ônibus por aqui", destaca.
Estudo
Em nota, a CMTU informou que foi feita uma reunião no início de janeiro entre representantes dos moradores e a Companhia, solicitando a transferência da linha de ônibus para uma rua paralela. A CMTU teria sugerido a mudança para a Avenida Robert Koch, mas o grupo não aceitou, alegando que ficaria muito longe.
Em vista disso, a Companhia encaminhou ofício à Secretaria Municipal de Obras solicitando uma avaliação técnica da situação das casas e da causa do problema. "A companhia entende que, se a causa for mesmo a trepidação provocada pela passagem do ônibus, a mudança iria apenas transferir o problema para outra rua", diz a nota. Após a secretaria encaminhar o resultado do estudo a CMTU tomará as providências cabíveis.
O secretário de Obras, Sandro Nóbrega, informou que até o final da semana um técnico irá ao local verificar a situação. De acordo com ele, não é possível afirmar se somente o recape do asfalto resolveria o problema, antes de uma análise aprofundada.
O engenheiro de vistoria da Defesa Civil, Heleno Solano Rabello, explicou que não foi possível verificar junto ao órgão nenhum pedido de vistoria sem um número de protocolo. Entretanto, ele irá até o local verificar se alguma residência apresenta risco. "Caso seja detectado um problema mais sério faremos a interdição do imóvel. Para identificar a causa real é necessário contratar um perito, que no caso é um engenheiro civil", recomenda.
Érika Gonçalves
Reportagem Local
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