O índice de infestação do mosquito da dengue em Londrina está oito vezes acima do que é considerado satisfatório para a Organização Mundial de Saúde (OMS). Segundo dados do Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa), divulgados ontem, o índice está em 8%. No mesmo período do ano passado, era de 1,7%. Os números de 2013 são os piores já registrados desde 1998, quando a infestação alcançou um nível de 19,4%.
A área central é a região com maior concentração de larvas do mosquito: 8,88%. A zona leste, historicamente a mais afetada por infestações e casos da doença, ocupa a terceira posição com 7,97%, atrás da zona oeste (8,12%) e à frente da norte (7,77%) e da sul (7,51%).
No entanto, é na região leste que está localizado o bairro onde o cenário é mais preocupante. Os números do LIRAa indicam que a infestação do mosquito da dengue na Vila Ricardo é de 15,38%. “De certa forma o índice de infestação altíssimo nos surpreendeu. Esperávamos números altos, mas não tão altos”, admitiu o secretário municipal de Saúde, Francisco Eugênio de Souza.
No levantamento de outubro de 2012, o índice de infestação era de apenas 1%. O secretário argumentou que naquele mês ocorreu “um período de seca e as temperaturas estavam amenas”. O coordenador do setor de Endemias, Elson Belisário, explicou que estudos apontam que a umidade e o calor contribuíram para a proliferação do mosquito. Quanto à estatística alarmante, Belisário ponderou: “não podemos culpar a população por isso. É normal quando se está numa situação confortável, nos acomodarmos. Mas o número é bastante preocupante e nós temos poucos dias para tentar reverter essa situação na cidade de Londrina”.
Até o momento foram registrados seis casos da doença, todos importados. Os pacientes foram contaminados nos estados do Mato Grosso e de Goiás, além do município paranaense de Peabiru. “Não temos nenhum caso de Londrina, mas existe a suspeita de que os casos vindos de fora possam ser do tipo 4, já que nesses lugares existem casos desse tipo confirmados”, confessou Belisário.
O levantamento apontou ainda que foram localizados 907 focos de dengue na cidade. Desse total, 225 focos estavam na zona norte, 194 na oeste, 168 na sul, 165 na central e 155 na leste. “Os principais focos ainda são latas, garrafas e plásticos descartados de forma irregular em quintais, terrenos baldios e fundos de vale”, revelou.
O recolhimento destes materiais está comprometido em Londrina devido à necessidade de retirar os entulhos que estão no barracão do Instituto Brasileiro do Café. A Diretoria de Operações da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização informou que não é possível realizar as caravanas de recolhimento já que faltam espaços para o descarte dos materiais.
Diante dos resultados do LIRAa, as primeiras atividades de combate ao mosquito começam hoje e se estendem até amanhã, com visita de 152 agentes de endemias em várias regiões da cidade. “Vamos adotar um plano de ação e intensificar os trabalhos em 16 localidades, além da manutenção de atividades nas áreas críticas a cada 30 dias”, adiantou Belisário.
Fonte: Jornal de Londrina
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